sábado, 12 de junho de 2010

Música para a rua


Por Pâmela Isis
Fotos: Divulgação

Em um final de tarde, entre o movimento constante de carros e pessoas em um dos pontos de maior aglomeração de Santos, surge um som suave de violino e violão. Músicas conhecidas que agradam aos ouvidos dos que passam no local.

Em meio à correria do dia-a-dia, nas ruas da cidade de Santos, os meninos do grupo Tercina levam aos ouvidos de quem passa pelas calçadas a magia das orquestras. Munidos de seus elegantes instrumentos, os jovens a cerca de um ano dedicam suas vidas integralmente levando música de qualidade para as pessoas, que ao passar na rua acabam tornando-se o público principal.

Tudo começou quando os três amigos por diversão decidiram montar um repertório com músicas dos Beatles para sair tocando pelas ruas do Rio de Janeiro. A intenção era apenas se divertir e experimentar algo não muito comum, fazer uma mistura entre violino, viola de arco que são instrumentos de orquestra e um violão comum. Mas antes de chegar às ruas do Rio, decidiram mostrar o talento em Santos.

O que era apenas uma experiência acabou se tornando uma profissão. O grupo assumiu o compromisso de levar até as pessoas música de qualidade. O repertório que começou com Beatles, foi ficando ainda mais sofisticado, com músicas clássicas e MPB. Começaram a surgir também, convites para se apresentarem em festas e casamentos, o que além de fazer uma divulgação do grupo, ainda ajudaria no orçamento.

Desde meninos a música já fazia parte da vida de Robson, Rafael e Leonardo que na adolescência já haviam tentado mais de uma vez forma uma banda de rock, mas acabaram descobrindo no curso de música “Acorde para as cordas” que o rock não era mesmo a praia deles. A guitarra foi substituída pelo violão, as baquetas pela viola de arco, e o baixo pelo som leve do violino.

Sem nenhum apoio financeiro, eles decidiram viver da música. Hoje suas apresentações diárias já possuem lugar fixo, na frente do shopping Miramar, no bairro do Gonzaga e aos finais de semana se apresentam em diferentes feiras livres da cidade.

Robson Peres de 25 anos, diz que sente falta de um apoio da prefeitura de Santos, não para seu próprio grupo, mas para eventos culturais voltado para os jovens. “Santos tem estrutura suficiente para proporcionar experiências artísticas para os jovens, em vários pontos da cidade, muita música, teatro e cursos.” acrescenta ele.

Os jovens músicos sabem que algumas pessoas acham loucura e não levam a sério o que fazem. Mas garantem que outra grande parcela os apóia, inclusive as famílias. “Por nosso trabalho ser autônomo, não temos benefícios iguais aos de um emprego formal, isso acaba gerando certa preocupação, mas o que recebemos em troca é muito mais gratificante do que qualquer outra coisa, as pessoas nos parabenizam por nosso trabalho. Já aconteceu de algumas delas pararem diante de nós chorando emocionadas com nossas músicas, outras ficam admiradas, pois nunca tiveram a oportunidade de ver ou ouvir de perto o som de um violino. A música é a arte que mais engrandece a alma do ser humano e nós levamos isso para o dia corrido de muitas delas que passam por nós.”, diz Leonardo Mallet de 24 anos.

Além de dar um show nas ruas de Santos o grupo Tercina é exemplo de que independente de sua profissão e onde ela seja executada o mais importante é que seja bem feita. “Nós temos orgulho em dizer que somos músicos que fazem da rua seu palco, e amamos o que fazemos.”


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Leia a matéria na íntegra na edição 1

Equipe RUA


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