domingo, 13 de junho de 2010

Minha academia é na praia

Texto e fotos: Lucas Shiomi

Como diz a música: “Meu escritório é na praia...”, por que não existir uma academia na praia?

Se os 16 graus de uma quarta-feira são um bom motivo para você deixar de lado

a malhação e sucumbir à preguiça, isso não é o que

costuma acontecer na Academia Comunitária idealizada por Miguel Lustoza, na divisa de Santos com São Vicente, em plena areia da praia.

É lá que o mecânico vicentino Marcos Rosário, de 42 anos, vai de segunda a sexta-feira dar uma malhada após uma caminhada de 10

quilômetros pela orla da praia. “Malhar aqui não é tedioso como em uma academia fechada. Você não vê o tempo passar e ao invés de ficar olhando para o cronômetro de um aparelho, dá pra olhar o mar. Além do mais, exercício ao ar livre é sempre a melhor opção”, diz.

Rosário começou a malhar com 14 anos, pois queria entrar para o Senai, instituição que exigia na época bom condicionamento físico dos alunos. “As aulas de educação física eram muito puxadas, não eram como na escola. Se eu não estivesse preparado, não ia aguentar”. Hoje, o mecânico continua prezando por sua saúde, pois, segundo ele, não pode pesar mais que 90 quilos, pois tem problemas na coluna.

Os aparelhos da Academia Comunitária, apesar de um pouco desgastados pela ferrugem, ainda exibem sem recalque sua combinação de amarelo com azul, e dividem o lugar com inúmeros coqueiros e pesos moldados no cimento.

O lojista de 35 anos, Fidel de Carvalho (foto), se incomoda em malhar na companhia da areia, e reclama da ferrugem em demasia de alguns aparelhos. Foi um aumento de preço de apenas 20 reais que o fez trocar a academia particular que frequentava pela academia comunitária. Mas Fidel não consegue esconder o seu apego pelo local: “Quando eu tiver com grana, volto para a academia particular. Mas gosto de vir aqui para conversar”.

Na hora das vaquinhas organizadas pelos frequentadores para a manutenção dos aparelhos, 20 reais não parecem pesar tanto em seu bolso. Quem também participa com prazer dessas vaquinhas é o porteiro e professor de capoeira, Josué da Silva Oliveira, de 21 anos. “Acho que esse lugar é uma ótima iniciativa. Tem uma academia muito boa lá na Praia do Itararé, mas nas outras praias da Baixada Santista que eu conheço, não tem. Em Guarujá não tem, em Praia Grande não tem... Acho que deveria ter em outras cidades!”

Para Oliveira, se exercitar ao ar livre é muito melhor do que em uma academia fechada, “abafada” como ele define. “Até algumas aulas de capoeira eu gosto de dar ao ar livre”. Aparentemente, o ingrediente que estimula suas idas à Academia Comunitária Miguel Lustoza é o mesmo que atrai o lojista Fidel (foto): “Aqui somos como uma família, todo mundo é amigo, um ajuda o outro. A galera se conhece, troca telefone, combina umas corridas na praia, churrascos...” Ultimamente, porém, suas idas à academia têm diminuído e os aparelhos também... Oliveira reclama do sumiço de aparelhos, por falta de supervisão: “Quando o auxiliar do Miguel, o Ricci, ficava aqui direto, ele dava conta de tudo. Agora os aparelhos estão sumindo”.

(...)

Leia a matéria na íntegra na edição 1

Equipe RUA

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