quarta-feira, 9 de junho de 2010

Dando um rolê na magrelinha

Texto e fotos: Gabriela Pomponet

O BMX
Freestyle parece romper as leis da física. O esporte, criado nos Estados Unidos alia velocidade, manobras radicais e muita adrenalina.


No litoral Sul de São Paulo, as cidades de Santos e Guarujá possuem pistas recém- construídas e que são exploradas pelos BMXs. Em Santos, no Emissário Submarino, tem uma área de rua e banks de ótima qualidade. No Guarujá, na região da praia do Tombo, existe uma pista com transições e hips. As pistas são boas, mas o destaque vai para a de Santos que é badalada por adeptos do esporte de toda a Baixada Santista, e palco de muitas competições.


Parecendo flutuar, Augusto César da Silva Muniz, o Tetê, não cansa de treinar o Flair, um mortal para trás com a bike. Sua profissão é andar de bike, e correr atrás de seus sonhos. O jovem de 18 anos foi o vencedor da 3ª etapa do CLIP BMX 540 Manual Foot Jam.

O garoto, que não abre mão de seu estilo alternativo e do rock, já gastou mais de R$ 2 mil com a bike, comprando uma peça aqui e outra lá. Participou de todos os campeonatos da Baixada Santista. Seus prêmios sempre foram peças para valorizar sua bike e a da namorada.

Tetê treina todos os dias para se tornar um atleta profissional. Há quatro anos começou a praticar o esporte, e diz não se lembrar da sua vida antes do BMX. Sua fissura é tão grande que diz que tudo o que faz tem relação com a bike. “Para o meu sonho se tornar realidade faltam mais treinos, persistência e evolução. Na região faltam mais estrutura e apoio do poder público. Faltam pessoas que acreditem no esporte. Nunca vou desistir. Se Deus permitir vou lutar até o fim e serei um profissional, ganharei mais campeonatos e andarei com os gringos”, reflete.

Emoção à flor da pele

O BMX é dividido, basicamente, em duas modalidades o racing (corrida) e o freestyle (manobras). O BMX Freestyle também é dividido em modalidades: dirt jumpping praticado em rampas de terra, vert com rampas em formato de “U” e manobras aéreas e nas bordas; street é praticado nas ruas e os obstáculos são tudo o que possa ser encontrado; o park, realizado em percursos fechados onde é simulado os obstáculos das ruas; e o flatland tem áreas planas e sem obstáculos, as manobras são combinações de criatividade e agilidade.



Foi pulando em calçadas, bancos e latões de lixo que Jefte da Costa, de 22 anos, descobriu o estilo
street no freestyle. Cabelo, como é chamado na pista pelos amigos, é manobrista e do seu salário tira os recursos para a prática do esporte. Sua bike está avaliada em R$ 2,5 mil. “Com 16 anos comecei a praticar o BMX. Passei por muitas dificuldades, pois a minha bike era ruim e quase não havia pistas para treinar. As peças para as bikes são caras. Tem que gostar realmente do esporte para praticá-lo”, diz.

As manobras que mais chamam a atenção do público são aquelas que os freestylers voam alto e giram pelo ar. O back flip/front flip são duas famosas manobras, onde o biker salta e no ar faz um "mortal" para trás ou para frente sempre com a bicicleta a acompanhar o movimento. Trezentos e sessenta graus é uma manobra em que o biker salta e roda o equivalente no ar; supermam é quando se tira os pés dos pedais e estica as pernas para trás ficando na posição do personagem. No footer/no hander é quando no ar se liberta ambos os pés ou as mãos, se libertar tudo é um "nothing".

Jefte não tem preferência quanto às manobras, para ele o importante é a adrenalina. Seus treinos são constantes, pois deseja ser um profissional. Costuma participar de todos os campeonatos. Nos últimos esteve ausente por causa de torções no braço e na perna.

“O BMX é um esporte sensacional. O estilo é diferente de outros esportes. O único problema é a falta de divulgação do esporte. No exterior é bem conhecido e divulgado. Aqui só está sendo abertas algumas portas agora e aos poucos. Faltam pistas na região. A rampa do Emissário Submarino tem um ótimo design, é bem radical, é a melhor da região. Qualquer pessoa que quiser praticar é só chegar com qualquer bike, mesmo sendo simples, que a galera vai dar força. Queremos que o esporte cresça cada vez mais”, comenta.

(...)


Leia a matéria na íntegra na edição 1

Equipe RUA



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